Fala mestre, RPGTips Luiz Oliveira Tips aqui hoje para responder as perguntas que os inscritos deixaram na caixa de perguntas que postei lá no meu Instagram. A temática desse Respondendo Perguntas foi “Criar histórias para RPG de mesa”.
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Então siga por essa postagem até o final que garanto que as dúvidas respondidas aqui podem te ajudar e muito a conduzir jogos cada vez melhores.
Sumário
O mistério de não entregar o vilão logo de cara, ou seja, as pistas que levam até o cabeça por trás de tudo.
Por @mestre.diniz
Realmente escalar a aventura é uma ótima forma de gerar imersão e revelar o vilão aos poucos faz parte disso.
Tente então colocar em todo arco da história algo relacionado a trama principal, que faz parte dos planos do vilão (Antagonista).
Para não deixar tão na cara, confunda os jogadores com um recurso muito usado em filmes e que você pode adaptar tranquilo no RPG que é o Plot Twist.
Por que tudo que você planeja, os jogadores querem fazer coisas inesperadas?
Por @lucasamello
Sim, os jogadores sempre irão “frustrar” seus planos e isso é uma das coisa mais legais que eu acho de mestrar RPG.
Isso acontece porque o único limite do RPG é a imaginação e, menos ou mais, as pessoas são muito criativas.
O ideal é você ter um plot, pontos onde você quer que a história passe de alguma forma, para assim manter a estrutura narrativa de Introdução, Conflito, Desenvolvimento, Climax e Desfecho.
E a partir daí você prepara cada sessão de jogo, baseado nas decisões da sessão anterior.
Mantendo o plot em mente, você pode deixar a história correr conforme os jogadores decidem coisas e, em um momento oportuno, você coloca uma cena relacionada ao plot, nisso você trás a história de volta para a linha principal e assim mantém a estrutura.
A estrutura narrativa é importante para gerar emoções. Portanto, sempre conduza seus jogos pensando: “Em que fase da estrutura narrativa minha história está?”.
Como deixar o personagem “Balanceado” com a história da campanha?
Por @kahue_fl
A ideia é você criar personagens baseados nas informações do mundo onde o jogo irá se passar.
Quanto mais elementos do cenário você colocar no personagem, mais sentido ele fará e será muito melhor de interpretar.
Agora quanto as mecânicas, o balanceamento é algo ilusório no RPG, pois diferente de jogos de tabuleiro ou jogos eletrônicos, o RPG fica limitado semente pela imaginação, então é impossível prever todas as possibilidades e assim se buscar um balanceamento (Apesar que deveriam nerfar Wish e Fireball, falei xD)
Como fazer algo que prenda a atenção dos players, satisfazendo seus gostos?
Por @thales_teruel
Primeiramente, você precisa conhecer seus jogadores para entender o mínimo do que mais agrada cada um.
Mas no geral, alguns recursos que prendem a atenção dos jogadores na história são:
- Tensão: Cenas de mistério e investigação são ótimas para isso, se conduzidas com maestria.
- Ação: Quando a cena tem muito movimento, coisas sendo arremessadas, combates, isso também ajuda a manter os jogadores atentos.
- Perigo: O risco de perder um personagem faz qualquer um ficar ligado.
- Gore: Essa eu uso bastante, mas jogar sangue para todo lado vai depender muito dos seus jogadores.
- Recompensa: Fale que cada jogador poderá escolher um item mágico para ver se não voltam rápido para o jogo.
Sou bastante inconstante na criatividade, então quais seriam as melhores fontes de inspiração?
Por @__micaele__
Acredito que criatividade é uma habilidade que podemos desenvolver e que varia de acordo com nosso estado de espírito. Tem dias que estamos mais criativos e outros menos criativos.
O ideial é manter de fácil acesso algum recurso para anotar suas ideias quando a criatividade bater (E ela virá em momentos bem inoportudos, vai por mim). O Google Keep é o recurso que uso para anotar todas as minhas ideias. Nosso cérebro funciona relacionando as coisas, então quando você ver algo na vida real, tem grande chance de adaptar para seu RPG de alguma forma e sem algo para anotar, essa ideia será perdida no esquecimento.
As fontes que mais uso são livros, filmes, streams de RPG, imagens do Pinterest e materiais das minhas próprias camanhas anteriores.
Como evitar a linearidade em histórias para rpg de mesa?
Por @nobre_lucas18
Campanhas de RPG estão entre 2 polos opostos: Railroad e Sandbox. Railroad é o termo utilizado para descreaver a linearidade das campanhas, algo como seguir “na linha do trem”. Sandbox, por sua vez, é o quanto os jogadores estão livre para fazer o que quiserem, como se estivessem em um “caixa de areia”. Todo campanha de RPG estará dentro desse gradiante, umas mais voltadas para a linha do trem, outros para a caixa de areia e se uma é melhor que a outra depende muito da situação.
Para deixar a campanha menos linear, você vai depender de 2 fatores primordiais, que andam de mãos dadas durante uma sessão de RPG: Aleatoridade e Improvisação. Campanhas mais abertas e que se formas a partir das decisões dos jogadores são altamente aleatórias e, de certa forma, mais difíceis de se manter a estrutura narrativa, o que vai exigir bastante da sua capacidade de improvisação.
É importante então desenvolver essa habilidade caso queira conduzir campanhas mais sandbox.
Vale a pena deixar tudo pronto? Ou é melhor a história ter mais margem para improvisar?
Por @carlosgabr_uk
Isso complementa um pouco a pergunta anterior e a resposta é: Depende. Campanhas que tem tudo pronto tendem a ser lineares (Railroad) e atendem um público de jogadores muito específico que querem uma história incrivelmente estruturada ou quando você tem o tempo limitado e quer contar a história toda que preparou, sem acabar pela metade.
Mas geralmente, jogos sandbox atendem mais a maioria das mesas de RPG que temos, voltadas para a estuturação de uma campanha em torno das decisões dos próprios jogadores.
Como criar as interseções entre uma parte importante e outra das histórias para rpg de mesa?
Por @tomazoni_julio
Essa junção dos arcos narrativos é extremamente importante para uma cmapanha de RPG. O ideal é você não deixar o plot acabar completamente antes de inserir outro e sim colocar já indícios da continuação no Desfecho da ultima parte da história.
Exemplo: Os jogadores estão prestes a encontrar o Beholder em sua caverna, porém ao chegarem próximos ao covil, eles notam que o local está enfestado de energia necromantica. O desafio imediato é o Beholder, porém eles sabem que tem algo estranho e maior, que nesse caso é o Lich que é o vilão da campanha (Um exemplo clássico de D&D).
Como colocar as ideias em ordem? Por onde começar para não ficar perdido nas ideias?
Por @walterjayme
Organização para mestrar RPG é um diferencial em quem quer conduzir jogos melhores. e criar histórias para rpg de mesa. Existem vários métodos de você organizar as coisas, mas um fácil e que pode começar a te ajudar já hoje é fazer um mapa mental da sua campanha.
Para isso, pegue uma folha de papel em branco, divida em 4 colunas: Introdução, Desenvolvimento, Climax, Desfecho. Em cada coluna, complete baseado no que vou te falar aqui.
- Introdução: Como apresentarei aos jogadores meu mundo? Onde eles se encontrarão para começar a aventura? Já se conhecem? Qual será a aventura introdutória para eles entenderem que tem algo maior acontencendo?
- Desenvolvimento: Aqui as coisas começam a ficar cada vez mais complicadas para os personagens e a percepção de que há algo ocorrendo se torna cada vez mais com o passar do tempo.
- Climax: Momento da história que as coisas são reveladas e as decisões mais importantes devem ser tomadas pelos personagens. O que será? Como vou aprentar o climax?
- Desfecho: Se vencerem o que acontece? E se perderem? Quais as consequencias do Climax no cenário.
Com essa ficha, você consegue organizar melhor sua campanha e assim não se perder nos pontos que tem que passar com a história, para ela faze sentido.
Como deixar mais coeso e fazer que o mundo seja vivo ao criar histórias para rpg de mesa?
Por @nickolau_14
Esse assunto é bem longo, mas para já começar a te dar um norte do que seguir, tente anotar as coisas importantes que acontecerem durante as sessões. É muito bom quando aquele NPC que apareceu a 5 sessões aparece novamente, transformado por algo que aconteceu no cenário enquanto ele estava longe. O foco narrativo, ou a “câmera” normalmente está nos personagens dos jogadores, então é importante você sempre pensar que o mundo está rodando sozinho enquanto isso.
Para o mundo ser vivo, você precisa investir na criação do cenário. Alguns pontos importantes são os fatores ambientais, políticos e culturais que compõe seu mundo. Isso fará com que ele seja bem mais coeso e realista.
Tem alguma outra dúvida que não foi respondida nesse artigo? Use a sessão de comentários para tirá-la ou entre em contato comigo através de uma das minhas redes sociais.
Jogue bem, para jogar sempre.
Quero criar um RPG de 281 de caderno para copiar
Boa tarde! Eu sou professora e preciso ensinar meus alunos a jogarem RPG de mesa. Eles deram características para os personagens, mas estou com dificuldade na escrita da narrativa, e nas regras que eles tem que criar. Como eles tem que escrever essa narrativa, por exemplo, com começo, meio e fim? E as regras, onde elas se encaixam. Se puderem me ajudar, fico grata. Eu ainda não consegui entender esse jogo. 🥺 Obrigada aguardo retorno.
Olá. o RPG é uma atividade gamificada de criação de histórias em conjunto. Neste artigo Aqui você escontra uma definição mais completa sobre o jogo.
Quanto ao uso nas escolas, primeiro é importante entender que o RPG é um hobby focado na diversão, que pode ser usado como ferramenta de aprendizado e para isso ele deve ser adaptado. Toda uma nova vertente de estudos tem sido criada em cima desse ponto, logo vale a pena se aprofundar no processo de gamificação aplicado ao ensino.
Dito isso, note que jogar RPG pode ser algo que vai do simples ao complexo, depende da ideia do grupo. Por padrão, um grupo de RPG tem no máximo 5 membros, sendo que um deles assume o papel do Mestre do Jogo. O Mestre age como um narrador e juiz do jogo, fazendo valer o sistema de regras escolhido para jogar e também descrevendo os resultados das decisões dos jogadores.
Não é necessário criar um roteiro ou história completa para o RPG, visto que muita coisa vai se adaptando durante o jogo. Quando se usa um roteiro escrito, normalmente chama-se Aventura Pronta, que você pode encontrar para os mais diversos sistemas.
É importante que uma aventura tenha um começo, meio e fim, mas no RPG as coisas costumam ser mais demoradas e para uma aventura se completar pode levar meses.
Quanto as regras, o ideal é você escolher um conjunto de regras já publicadas. Elas vem em livros chamados “Livro de regras” ou “corebooks” em inglês e trazem todas as regras necessárias para aquele sistema escolhido. Alguns exemplos famosos são Dungeons and Dragons, Pathfinder, GURPS, Savage Worlds, Apocalypse Word, dentre centenas de outros,
Entenda que os sistemas muitas vezes são criados para uma proposta específica de jogo, como o Dungeons and dragons funciona melhor para jogos de alta fantasia medieval no estilo O Senhor dos Anéis, enquanto Chamado de Cthulhu já é mais indicado para jogos de terror no universo criado por H.P. Lovecraft.
Concluindo, o RPG é uma atividade bastante simples, basta escolher um conjunto de regras publicados, um cenário ou mundo onde o jogo irá se passar, criar os personagens e começar a jogar. Porém, como uma atividade social complexa existe divesas nuâncias que podem ser trabalhadas na atividade de conduzir ou mestrar RPG e essa é a principal função do Rpgtips, explicar de forma mais aprofundada esses detalhes.
Qualquer dúvida vocE também pode me mandar pelo instagram @rpgtips